por Leonardo Concon – A Tuti Administração Hoteleira, mais uma vez, comemora os resultados bastante positivos de 2014, gerados pelo Tuti Resort. A composição do faturamento em relação às despesas, com a distribuição de lucros entre os investidores (‘poolistas’), resultou em um faturamento de R$ 23,8 milhões. Deste montante, R$ 7 milhões foram para a distribuição de lucros. Os gestores Caia e Iscilla Piton também estão satisfeitos com algumas reduções substanciais, que não interferiram no resultado conclusivo do balancete de 2014, entre eles 10% em pessoal, 42% em compra de materiais, 37% no custo de manutenção e 25% em outras despesas. Leia a entrevista, abaixo, com Caia Piton.
Qual o caminho adotado pelo hotel para se posicionar de forma tão competitiva?
Quando chegamos ao Thermas Olímpia Resort a hotelaria não dispunha de padronização e estratégia e os investidores não possuíam nenhum controle de seus empreendimentos, em litígio com seus antigos administradores.
Os investidores tinham promessas que não espelhavam a realidade de mercado. A média de remuneração deste ano na hotelaria foi em média de 0,40% ao mês e o hotel remunerou 0,44%. Considerando o ano de recessão técnica, com fatores que agravaram a crise no turismo, como a Copa do Mundo, que causou alteração nos calendários escolares, nosso grande filão, aliado a feriados que coincidiram com os finais de semana, podemos considerar que o desempenho do resort foi excelente.
Como vê a importância econômica do resort para a cidade?
Não só o resort, como o turismo em geral, são hoje a mola propulsora da economia de Olímpia. Focando no resort, vimos que R$ 7 milhões foram pagos em salários para olimpienses, que por certo gastam este dinheiro em bens e serviços na cidade, movimentando tanto as atividades afins, como bares e restaurantes, bem como bancos, postos de gasolina, supermercados, comércio varejista e utilizam-se dos serviços fornecidos.
A visão de que o turismo traz benefícios somente ao complexo é míope, já que hoje é fato que o turista é o grande movimentador de recursos, tanto na ótica do complexo, quanto no da cidade. As filas nos restaurantes da cidade no final de ano exemplificam isto. A nova política adotada pelo hotel visa exatamente isto, a livre concorrência. Nossos pacotes, hoje, não incluem nem mesmo café da manhã, já que a cidade dispõem de locais aquedados a receber o turista, como padarias, cafés tradicionais e novos que já se instalaram com o conceito mais próximo ao turismo. Falta muito ainda, mas o caminho é o correto.
Dizem que 2014 foi um ano muito difícil. O que foi feito para manter os números positivos?
O ano foi norteado pela palavra contenção. Conter gastos, particularmente, é um mal necessário. Reduzimos gastos na ordem de 10% com mão de obra, 42% na compra de materiais, 37% no custo de manutenção e 25% de outras despesas, dentre as que mais se destacam. Esta contenção atinge a ordem de mais de R$ 3 milhões no ano.
Além da contenção, a implementação de uma política de precificação das diárias veio otimizar a operação como um todo.
Poderia nos falar sobre rendimento em números bem objetivos?
Claro que sim. Vamos ao objetivo: o preço médio habilitado da unidade habitacional (apartamento) é de R$ 230 mil. A remuneração média no ano de 2014 foi de R$ 1.080,00 líquido, descontados impostos e condomínio. O condomínio foi da ordem média de R$ 600,00. A média final líquida é a que já apontamos, ou seja, 0,44% por unidade. Se contarmos com o condomínio a remuneração é de 0,67%.
O resort espera melhores resultados em 2015?
O cenário político e econômico brasileiro faz com que otimismo vire peça de museu, mas estamos apostando que a classe que abrangemos não será tão atingida como as demais. Algumas preocupações como, racionamento de energia e afins, podem vir a impactar na hotelaria.
O hotel está preparado para o racionamento de energia, um dos principais insumos da hotelaria?
Fisicamente, estamos preparados. Vislumbrando que isto poderia acontecer investimos em torno de R$ 400 mil na aquisição e instalação de geradores complementares e hoje o prédio já funciona no horário de pico somente com geradores, o que promove uma economia de até 10% no gasto de energia que montou em 2014 R$1,6 milhão.
Agora, caso o racionamento se estenda a muitas horas do dia, somado a reajustes da conta de energia, que já estão na ordem de 50%, a operação será bastante onerada. Por hora, são previsões apenas, que nos fazem ser cautelosos, porém não retiram a esperança de um ano com faturamento condizente ao de uma melhora da ordem de 30% no rendimento dos investidores.
Gostaria de acrescentar mais alguma coisa?
Pra comemorar, janeiro cumpriu as metas de precificação e despesas, a exceção tão somente do reajuste de energia e óleo diesel, que por hora, ainda não comprometem a conta.
Outra vitória é que quando assumimos o site Reclame Aqui nos catalogava como ruim (carinha vermelha); nestes 33 meses recebemos quase 1 milhão de hóspedes e hoje estamos classificados como bom (carinha azul).
Texto – Leonardo Concon
Foto – Edinaldo Luppi