Dia 7 de Abril é o Dia do Jornalista e a data que deveria ser marcada pela comemoração é motivo de lamentação em São José do Rio Preto e região. Estagiária do último ano de jornalismo, Laura Karan Jacob, 20 anos, morreu atropelada por uma carreta no trecho urbano da rodovia BR-153, enquanto cobria um acidente automobilístico para o jornal Diário da Região.
O SindJorNP repudia a precarização nas relações de trabalho, que faz com que estudantes sejam transformados em profissionais, com carga horária incompatível para quem ainda está em formação e com salário aquém do que deveria ser recebido por um jornalista formado.
“Desde que a obrigatoriedade do diploma de jornalismo foi suspensa por decisão do Supremo Tribunal Federal presenciamos, com temor crescente, o sucateamento das condições de trabalho em todo o país. Nunca se tratou de reserva de mercado, de cerceamento de liberdade de expressão ou de elitização da profissão, que sempre acolheu colaboradores não formados em suas redações. Essa decisão da corte máxima do Brasil, na prática, serviu apenas para que veículos de comunicação passassem a burlar as leis trabalhistas com mais facilidade, transformando jornalistas em pessoas jurídicas, os PJs, e achatassem ainda mais os já defasados pisos salariais. Ser jornalista, hoje, no Brasil, é um desafio, mal remunerado, na maioria das vezes; é ser alvo frequente de violência sem punição; é ser explorado e encontrar na burocracia e inoperância de determinados órgãos algozes, ao invés de aliados”, afirma a presidente do SindJorNP, Daniele Jammal.
A sindicalista acrescenta ainda que “Nosso departamento jurídico já foi acionado para que a morte de Laura não seja apenas mais um número na triste estatística de violência contra jornalistas”.