Adaptação de obra de Samuel Beckett estará na mostra Satyrianas e peça inspirada em poema de Walt Whitman, em festival de Ponta Grossa
Criada em 2011 com a proposta de pesquisar autores de grande significância intelectual e estética, a Cia. Ir e Vir, de São José do Rio Preto, prepara-se para levar suas duas produções – “Ir e Vir” e “Eu Canto o Corpo Elétrico” – para dois festivais do país: a mostra Satyrianas, em São Paulo, e o Festival Nacional de Teatro de Ponta Grossa (Fenata).
Na mostra Satyrianas, que é organizada pelo grupo Os Satyros, a companhia rio-pretense participará com o espetáculo “Ir e Vir”. Adaptação de Tiago Mariusso e Milton F. Verderi sobre a obra de Samuel Beckett, a peça será apresentada em espaços públicos entre os dias 15 e 17 de novembro. Além da Satyrianas, “Ir e Vir” também participa da programação da Mostra de Teatro de Rua de Rio Preto. As apresentações serão no dia 14 deste mês, às 9h e 14h30, no Centro de Formação Novo Mundo/Unilago/Ielar.
Já o espetáculo “Eu Canto o Corpo Elétrico”, encenação de Mariusso sobre o poema homônimo de Walt Whitman, foi selecionado para a edição 2013 do festival de Ponta Grossa, com apresentação no dia 9 de novembro. “Estamos trilhando um caminho voltado a pesquisa de obras que questionam a existência do ser como habitante significativo do meio em que vive”, comenta Mariusso, fundador da companhia.
IR E VIR
Adaptação da obra de Samuel Beckett, “Ir e Vir” fez sua estreia em 2012, no Curta Teatro, em Rio Preto. De lá para cá, vem sendo apresentado em diferentes lugares, principalmente locais públicos abertos, como forma de experimentação do teatro do absurdo – gênero pouco explorado em apresentações de rua.
“Ir e Vir” apresenta três seres cuja a união repousa em um passado que não deve ser mencionado. No banco da praça, o encontro cotidiano e repetitivo. Um a um, eles saem e retornam ao mesmo banco. Quando cada uma está fora de vista, os outros compartilham os segredos do passado.
Para Verderi, que divide a direção com Mariusso, “Ir e Vir” é um experimento dramático em forma de intervenção artística. “O objetivo é levar o drama a lugares abertos e espaços alternativos, rompendo totalmente com a forma cordelista e de teatro de rua, onde a comédia impera”, destaca. Além de Verderi e Mariusso, “Ir e Vir” conta com o ator Harlen Félix no elenco.
EU CANTO O CORPO ELÉTRICO
Uma poética discussão a respeito do corpo e da identidade. O poema “Eu Canto o Corpo Elétrico”, escrito, em 1855, pelo norte-americano Walt Whitman, ganha vida no palco por meio da Cia “Ir e Vir”, que fez sua pré-estreia na edição deste ano do Curta Teatro, no Sesc Rio Preto.
“Hoje vemos uma acerbada preocupação estética em reconstruir, modelar e idolatrar o corpo como perspectiva de inclusão social. Vivemos um processo de contínuo disciplinamento e normatização dos corpos, cultuando o narcisismo e a forma geométrica da masculinidade”, enfatiza Mariusso, responsável pela adaptação e direção do espetáculo.
Conforme o diretor, “Eu Canto o Corpo Elétrico” canta e dança o magnetismo que passa pelo corpo, da realidade física e da alma imortal, propondo ao ser humano voltar a se sentir livre, a amar, desejar e sentir o corpo em toda sua plenitude, não simplesmente o corpo físico, mas, sim, o corpo em sua eletricidade imortal.
Com a peça, a companhia convida o público a lançar um novo olhar sobre o corpo e suas formas de prazer, bem como refletir sobre os moldes e padrões de existência estética predominantes na cultura contemporânea. O elenco traz os atores Kiko Andrade, Matheus Leonel e Alisson Bernardes.
IR E VIR
Mostra de Teatro de Rua de Rio Preto
Dia 14 de outubro, 9h e 14h30
Centro de Formação Novo Mundo/Unilago/Ielar
Mostra Satyrianas
De 15 a 17 de novembro
Praça Roosevelt – São Paulo (SP)
EU CANTO O CORPO ELÉTRICO
Festival Nacional de Teatro de Ponta Grossa
9 de novembro
Ponta Grossa (PR)