Prof. Dr. Sthefano Atique Gabriel
Por um período maior que todos poderiam imaginar, convivemos com as consequências impostas pela pandemia. Restrição domiciliar, isolamento e distanciamento social, medidas de segurança sanitária e dificuldades sócio-econômicas exemplificam apenas algumas mudanças a que todos fomos submetidos desde que o Coronavírus aterrissou em nosso país.
A classe médica e multiprofissional demonstrou superação e esforço digno de reconhecimento no combate a proliferação viral, diminuindo dentro do possível as complicações decorrentes da presença do vírus em nosso organismo.
A maior expectativa para 2021 concretizou-se com o início da campanha de vacinação. Independente de qual vacina o indivíduo recebeu, o importante é que o processo de imunização populacional teve o pontapé inicial, priorizando aqueles que estão na linha de frente do combate ao Coronavírus e a todos os profissionais da saúde e aos idosos .
Muitos pacientes conseguiram sobreviver a internação hospitalar em decorrências das complicações respiratórias. Outros, felizmente são portadores do vírus, mas mantiveram-se estáveis e não sofreram com a preocupação de acordar em um leito de unidade de terapia intensiva.
Vivemos atualmente o início da era Pós Covid, um processo paulatino caracterizado pelo controle da transmissibilidade viral e da imunização em massa. Em relação a saúde, é necessário preocupar-se neste período após a infecção viral ou após a internação hospitalar devido ao COVID?
A resposta é SIM, devemos manter a vigilância em especial quando nos referimos ao nosso sistema circulatório.
Estima-se que aproximadamente 10% a 20% dos pacientes positivos para COVID podem apresentar alguma manifestação ainda não conhecida ou até mesmo algum sintoma tardio relacionado a presença do Coronavírus no organismo.
Especificamente no sistema circulatório, existe um risco significativo de eventos trombóticos tanto nas artérias quanto nas veias do nosso corpo.O Coronavírus estimula gatilhos sistêmicos que favorecem o processo de formação de coágulos de sangue e trombos em nossa circulação, predispondo a trombose venosa, trombose arterial e embolia pulmonar.
A trombose venosa, se não diagnosticada e tratada corretamente, evolui para o quadro clínico de embolia pulmonar, com risco de insuficiência respiratória, especialmente em um pulmão já com sinais de comprometimento devido a inflamação decorrente da agressividade viral. A trombose arterial, por outro lado, aumenta o risco de comprometimento da circulação dos membros inferiores, com risco até mesmo de perda do membro.
Felizmente, a avaliação do sistema circulatório pode ser realizada de maneira minimamente invasiva e eficaz no próprio consultório do Cirurgião Vascular. Oriente seus amigos e familiares a manter o acompanhamento médico, mesmo após receber alta hospitalar devido ao Coronavírus. Os pacientes do grupo de risco (cardiopatas, diabéticos, obesos, imunodeprimidos e hipertensos) apresentam o maior risco de complicações, mesmo após o processo de vacinação.
Para maiores informações sobre a Saúde Vascular, acesse o site www.drsthefanovascular.com.br.