Pesquisa promovida pela APAS, em parceria com parceria com a Nielsen e a Kantar Worldpanel, aponta que o brasileiro, depois um período de crescimento do poder aquisitivo, começou a se preocupar mais com a saúde em hábitos de consumo
O consumidor brasileiro, após um período de crescimento do seu poder aquisitivo, começou a dar mais destaque para a saúde em seus hábitos de consumo. Ele passou a priorizar a aquisição de produtos mais saudáveis, ainda que estes exijam um desembolso maior. No entanto, nos últimos meses o preço dos alimentos tem superado a capacidade de compra de muitos dos brasileiros, que agora se desdobram para encontrar alternativas mais baratas, sem comprometer a qualidade de suas escolhas.
Diante deste quadro, os supermercados precisam atender as novas necessidades para manter, e até elevar, as projeções de vendas. Esta é uma das principais conclusões do estudo da Associação Paulista de Supermercados (APAS), elaborado em parceria com a Nielsen e a Kantar Worldpanel.
Os representantes do segmento paulista e brasileiro enfatizaram a necessidade de adaptar o mix de produtos oferecidos à população. Ela própria busca, ao mesmo tempo, uma alimentação mais saudável e a praticidade de encontrar tudo aquilo de que precisa nos supermercados próximos às suas residências. Para atingir este objetivo e manter a meta de crescimento de 3% em seu faturamento em nível nacional neste ano, contra uma elevação de 6,1% em 2013 ante 2012, o segmento busca entender estas transformações nos hábitos dos consumidores para antecipar suas necessidades.
O presidente da APAS, João Galassi, lembra que os consumidores brasileiros têm agora outros sonhos. São sonhos mais caros – nos dois sentidos da palavra – como a aquisição da casa própria, do automóvel, do smartphone e da banda larga.
Os planos para adquirir esses bens contemplam a adequação do orçamento doméstico, o que inclui uma modificação dos hábitos de consumo que a pesquisa da entidade já identificou. Ela apontou que 63% dos consumidores entrevistados disseram que estão diminuindo os gastos mensais e que reduziram de sete para no máximo três canais (super ou hipermercado ou loja média próxima à residência). E muitos voltaram a fazer a antiga “compra do mês”, prática adotada nos anos 1980, época em que os índices de inflação eram bem mais elevados.
Os consumidores afirmaram na pesquisa que se os preços dos alimentos subirem eles adotarão a estratégia de adquirir menos salgadinhos (69% dos entrevistados), refrigerantes (68%), doces e biscoitos (68%) e refeições prontas (59%). Em compensação, 11% pretendem adquirir mais frutas e vegetais frescos ou congelados e cereais a granel (10%). Entre as mudanças de hábitos detectadas pelo estudo, destacou-se a opção dos consumidores de adquirir produtos com embalagens maiores que ajudem a reduzir o preço da compra final.
Pesquisa APAS
O estudo aponta que a renda vai continuar ditando o consumo no Brasil, mas na outra ponta da balança, a inflação deve pautar o comportamento na hora da compra. A Copa do Mundo, por sua vez, será a grande oportunidade do setor varejista, que tem uma projeção de faturamento de R$ 92 bilhões em 2014 só no Estado de São Paulo. “A pesquisa é mais um benefício ao associado, pois dá base e subsídios para a estratégia do negócio. É uma oportunidade do supermercadista posicionar suas ações, principalmente levando-se em consideração o período da Copa do Mundo, que promete ser positivo para o nosso setor”, afirmou o presidente da APAS, João Galassi.