Cotado para o Nobel de Literatura, Mia Couto divide sua experiência literária com Rio Preto

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Dia 24 deste mês, terça, às 20h, o Sesc Rio Preto recebe o grande escritor moçambicano Mia Couto para um encontro com o público no Ginásio de Esportes. Mia Couto, que teve seu nome figurando como um dos candidatos para o prêmio Nobel de Literatura deste ano, vem encerrar os encontros do programa Histórias e Letrinhas, desenvolvido pelo Sesc em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, que durou 3 meses e colaborou com o aperfeiçoamento de 100 professores da rede pública.

Mia Couto nasceu em 1955, na Beira, Moçambique. É biólogo, jornalista e autor de mais de trinta livros, entre prosa e poesia. Seu romance Terra Sonâmbula” é considerado um dos dez melhores livros africanos do século XX. Recebeu uma série de prêmios literários, entre eles o Prêmio Camões de 2013, o mais prestigioso da língua portuguesa, e o Neustadt Prize de 2014, considerado o Prêmio Nobel Americano. Atualmente, é membro correspondente da Academia Brasileira de Letras.

A vinda de Mia Couto encerra o Programa Histórias e Letrinhas do Sesc Rio Preto, que acontece nesses moldes há 5 anos. O objetivo do Programa é atender professores do ensino infantil e fundamental, que durante sua formação não tiveram contato aprofundado com literatura e professores que trabalham no processo de alfabetização. “Pretendemos fornecer subsídios para que os professores desenvolvam o hábito da leitura com o público infantil. O foco é a leitura, a valorização da leitura e como chegar a essas práticas”, conta Ana Paula Dias, técnica de programação do Sesc Rio Preto.

Cada ano é eleito um tema para ser trabalho com os professores nos encontros, este ano a temática girou em torno da literatura africana infanto-juvenil de língua portuguesa. Livros infantis e infanto-juvenis foram trabalhados ao longo de 3 meses, com a presença de diversos profissionais. Uma das convidadas, por exemplo, foi Fabiana Miraz que trabalha com mornas, textos tradicionais de países de língua portuguesa.

O curso, inclusive, contribuiu para o atendimento da lei 10.639/03, que versa sobre o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana, ressaltando a importância da cultura negra na formação da sociedade brasileira. “A visão que se tem da cultura africana é muito caricata. O fato de inserir autores africanos no trabalho de sala de aula colabora para uma visão mais aprofundada sobre literatura africana”, explica Ana Dias.

Durante o Programa também foram trabalhados textos de autores brasileiros que trabalham com a cultura negra e africana como Rodrigo Dreguer e Heloísa Pires.

Como expoente da literatura africana, Mia Couto figurou entre os autores trabalhados. Suas obras Beijo da Palavrinha, o Gato e o Escuro, entre outros foram trabalhadas durante os encontros. “Todo ano fazemos um encontro final que encerra o Programa. A própria literatura africana trabalha com a oralidade, com a figura do contador. Nada melhor que ter a presença de um grande contador de histórias, Mia Couto para encerrar os trabalhos deste ano”, diz Ana Paula Dias.

No encontro do dia 24, Mia Couto fala sobre a formação dele como leitor, os livros que ele leu, incluindo alguns brasileiros, as histórias que ele ouviu quando criança, das histórias que leram pra ele e, claro, de sua obra. Na oportunidade será lançada ainda sua última obra, o livro “Mulheres de Cinza”.

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