Rio Preto tem cerca de 660 mil árvores de quase 100 espécies

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Meio ambiente

A  Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Urbanismo divulgou o resultado de um estudo recém-concluído – um Inventário da Arborização Urbana de São José do Rio Preto.

Entre agosto de 2018 e dezembro de 2019, equipes técnicas coletaram informações quantitativas e qualitativas sobre as árvores localizadas em vias públicas nas 10 macrorregiões do município: Bosque, Central, CEU, Cidade das Crianças, HB, Pinheirinho, Represa, Schmitt, Talhado e Vila Toninho.

O resultado foi a observação de um aumento na diversidade de espécies de árvores no município, quase 100 diferentes, de 42 famílias arbóreas entre nativas e exóticas. Pela contagem amostral e com cálculos de projeção, a estimativa é de que existam na cidade cerca de 660 mil árvores, cerca de 1,4 por habitante.

A cidade tem 460.671 habitantes, de acordo com dados da Conjuntura Econômica 2019.

 

Levantamento

O trabalho de amostragem em 92 quadras, foi realizado por sorteio aleatório dos bairros e quadras dentro das macrorregiões, com intensidade amostral de, no mínimo, quatro  quadras em bairros com menos de 40 quarteirões, ou de, no mínimo, 10% em bairros quantidade de quarteirões superior.

Todas as residências na amostra foram analisadas, mesmo aquelas que não dispunham de vegetação na calçada do imóvel, para posterior análise estatística.

Os dados coletados em campo foram referentes ao: tipo de espécie (nome popular), se a árvore é jovem ou adulta, presença bifurcação do tronco abaixo de 1,50m, aspecto geral fitossanitário (se há a presença de pragas, doenças ou danos provocados pela ação do homem), qualidade de poda e aspecto paisagístico.

Saúde das árvores 

Quanto aos parâmetros físicos (estrutura física), realizou-se um levantamento das características relacionadas à interação das árvores com os elementos urbanos. Para isso, foram coletadas informações referentes se há ou não algum conflito e o tipo: poste, placas, trânsito, garagem, fiação, fachada comercial, esquina, assim como as condições físicas com pavimento após a inserção da espécie (se há danos provocados pelas raízes), presença de tubo (manilha), tronco, colo pavimentado.

Para identificação das espécies foram utilizadas bibliografias especializadas com relação das famílias botânicas e suas respectivas espécies. Quando não foi possível encontrar as espécies nessas bibliografias, utilizou-se da lista de espécies da flora brasileira Programa de Reconhecimento da Flora Brasileira (Reflora).

Houve melhora significativa entre 2015 e 2019 quanto à diversificação de espécies. No inventário 2019 foram identificadas 96 espécies, isso representa diversidade 48,95% maior que no inventário realizado em 2015.

 

Espécies comuns

A espécie predominante continua sendo o oiti (Licania tomentosa) com 62,4%. Entretanto quando comparado aos dados de 2015 (65,5%), nota-se um decréscimo de 3,1% na frequência da espécie. Como o viveiro não realiza há aproximadamente 10 anos a doação e produção de mudas de oiti (Licania tomentosa), a tendência é que a predominância da espécie seja reduzida com o passar dos anos.

Outras espécies bastante encontradas são: Murta (Murraya paniculata), Resedá-Mirim (Lagerstroemia indica), Resedá Gigante (Lagerstroemia speciosa), Pata de Vaca (Bauhinia variegata), Mangueira (Mangifera indica), Aroeira Salsa (Schinus molle), Aroeira pimenteira (Schinus terebinthifolius) e Pitangueira (Eugenia uniflora).

Constatou-se que a maioria das árvores foram classificadas como adultas (2690),  o que indica manejos diferenciados com relação à poda e até mesmo sinaliza a necessidade de reposição de indivíduos já “idosos”.

Diversidade

Com relação ao índice de diversidade, dentre os indicadores temos o H’ – índice de Shannon que é um dos principais índices utilizados para mensurar a diversidade .

A macrorregião que apresentou maior diversidade foi Schmitt,  seguida de Talhado. Ambos distritos  têm em suas áreas novos loteamentos que já seguem novas regras de plantios de árvores obrigatórios.

Espaços Árvore 

Foram avaliados 3848 logradouros no total. Desses 905 com ausência de árvores, correspondendo a 23% do total de imóveis amostrados.  Isso significa possibilidade média de 1258 novos plantios.

Este número médio considera todos os espaços vazios, mais aqueles locais que já possuíam árvores e existia a possibilidade de enriquecimento com novos plantios. Considerando as novas possibilidades de plantio, a frequência de indivíduos por logradouro sobe de 0,80 para 1,10. Isto significa  que todos os logradouros terão ao menos um indivíduo arbóreo no calçamento.

A quantidade de espaços árvore vazios computada foi de 776 no total. As macrorregiões do Bosque do HB foram aquelas de maior ocorrência de espaços árvore vazios. Representaram 51,73% de possibilidades de enriquecimento, com respectivamente 27,60 e 24,13%. A macrorregião do HB também deteve os maiores registros de poda deformativa ( 27% do total).

Mais arborização

A região da Represa apresenta a maior concentração de árvores por metro de calçada.  A cada 9,7 metros de calçada encontra-se um indivíduo arbóreo. É  uma característica extremamente positiva. Entretanto, a mesma região foi classificada como a segunda mais relevante em podas deformativas (15,83%).

Já na região do Centro é preciso andar em média 21,5 metros para encontrar um indivíduo arbóreo. Porém, nos últimos anos essa região tem recebido atenção da administração tendo recebido diversos plantios, onde é possível. São implantações de Florestas Urbanas, plantios coordenados em parcerias com ONGS,  como do Projeto Muda que a Cidade Muda.

Acesse o estudo completo no portal da Prefeitura: riopreto.sp.gov.br