Durante todo o mês de janeiro o Sesc Rio Preto exibe produções do cinema brasileiro, além de promover rodas de conversas com cineastas e diretores dos filmes após a projeção. O polêmico Chatô – O Rei do Brasil, dirigido pelo ator e cineasta Guilherme Fontes, abre a programação da Sala Sesc de Cinema nesta quinta, dia 14, às 20h. Logo após a exibição da produção, o diretor Guilherme Fontes faz um bate-papo com os presentes.
A história de Assis Chateaubriand, um dos homens mais influentes do Brasil nas décadas de 1940 e 50, começou a ser traçada no cinema por Fontes em 1995, quando ele comprou os direitos da biografia homônima escrita pelo jornalista Fernando Morais para transformá-la em um longa. Fontes só não imaginou que daria início a uma saga de duas décadas até ter seu filme concluído. Na época, o projeto de produzir e dirigir um filme parecia promissor. Acostumado a papéis de destaque nas novelas e no cinema, Fontes iria trilhar novos caminhos mas, o filme que deveria estrear em 1997, teve o prazo esticado para 1999. A partir dali, a produção em si virou uma saga que renderia um filme à parte.
Apesar das dificuldades, Fontes deu continuidade ao projeto, lançando o longa duas décadas depois, em novembro do ano passado. O enredo conta com fatos marcantes da vida de Chatô, como os casamentos com Maria Eudóxia e Lola, a paixão não-correspondida por Vivi Sampaio, como manipulava as notícias nos veículos de comunicação que comandava e a estreita e conturbada ligação com Getúlio Vargas. Chatô é representado no filme pelo ator Marco Ricca. Também faz parte do elenco Andréa Beltrão, Letícia Sabatella, Leandra Leal, Paulo Betti e Eliane Giardini.
O livro homônimo de Fernando Morais serviu de base para Chatô, o rei do Brasil, porém Fontes optou por não obedecer a uma cronologia e também abriu mão do realismo. Depois de tantos anos de produção, o filme, que estreou em novembro teve boa recepção por parte de crítica e público. “Chatô” estreou num circuito diminuto — apenas dezesseis salas. Nos primeiros 4 dias de estreia, 11,3 mil pessoas assistiram ao filme. Para se ter uma ideia, no mercado cinematográfico um filme com média acima de 500 pessoas por sala é considerado bem-sucedido. Chatô teve média de 700 pessoas.
Nada melhor que ouvir toda essa saga contada pelo próprio diretor, Guilherme Fontes, que estará no dia da exibição pelo Sesc para um bate-papo com o público. No encontro, Fontes fala sobre a produção e direção de um dos filmes mais polêmicos do cinema nacional. O ingressos para assistir Chatô estarão disponíveis na Central de Atendimento do Sesc a partir das 19h do dia 14 para retirada gratuita. As vagas são limitadas à capacidade do local. A próxima convidada para um bate-papo é Marina Person que estará no Sesc Rio Preto para falar sobre a criação e o processo de produção do longa “Califórnia: Retrato da Juventude dos Anos 80” no dia 21, quinta, logo após a exibição do filme.