Às vésperas de assumir seus votos como freira no convento, Anna descobre revelações impressionantes de seu passado, atado ao período de dominação nazista na Polônia. Esse reviver de fatos até então desconhecidos faz com que ela questione até mesmo suas atuais decisões. O enredo é do filme “Ida”, de Pawel Pawlikowski, que foi o vencedor do Oscar 2015 na categoria de Melhor Filme Estrangeiro, além de indicado a melhor fotografia. Sem recorrer a efeitos visuais fantásticos, o filme garantiu seu lugar na história do cinema e colocou mais um sucesso de crítica no currículo do premiado diretor polonês.
“Ida” inaugura no dia 8, a partir das 20h, o Circuito Indie Festival 2015, que acontece no Sesc Rio Preto e em outras unidades do Sesc em São Paulo de 4 a 30 de abril. O festival de cinema independente, ou indie, acontece desde 2001 e propõe a ressonância de produções recentes do cinema feito em países como Canadá, Suécia, Hungria, Polônia, Reino Unido, México e outros.
“Na década de 1990, nos EUA, um mercado próprio para o filme underground, o filme-arte, os filmes B, um cinema menos comercial e mais autoral começa a se definir. A produção de cinema independente cresce vertiginosamente com o cinema digital: equipamentos mais acessíveis criam um boom na produção. Surgem festivais como o Sundance, que começa a movimentar alguns milhões de dólares com a negociação de filmes independentes. A esse mercado chamou-se de indie, e o cinema indie não é um gênero, mas uma maneira autônoma de existir”, fala a curadora do Indie Festival, Francesca Azzi.
Outro filme que é destaque na programação do Circuito Indie é “Nick Cave”, um híbrido entre documentário e ficção que conta a história de um dos compositores mais lendários do rock’n’roll, Nick Cave, líder da banda The Bad Seeds. Também compõem o festival o sueco “Nós Somos As Melhores!”; “Um Episódio na Vida de um Catador de Ferro-Velho”, produzido entre a Bósnia e Herzegovina, França, Eslovênia e Itália; “Heli”, produção mexicana e europeia; o húngaro “Apenas O Vento”; o canadense “Vic+Flo Viram Um Urso” e o estadunidense “Deixe a Luz Acesa”. Todas as sessões são gratuitas. Os ingressos devem ser retirados com uma hora de antecedência.
Filmes que vêm de lugares tão variados também apresentam diferentes estilos de se fazer cinema. Para complementar o Circuito, no dia 25, acontece o Encontro com o Cinema Independente. Nessa atividade, o foco é discutir a produção de cinema com o orientador Eduardo Raccah, produtor audiovisual. Em Rio Preto, o festival vai até o dia 23 de abril.
Programação:
Ida | Direção: Pawel Pawlikowski.| Polônia/Dinamarca. 2013.80 min.
Às vésperas de assumir seus votos e compromissos como freira no convento onde foi criada, Anna é levada a conhecer a tia Wanda, sua única parente viva. A partir dela, Anna descobre revelações impressionantes sobre seu passado, atado aos anos de dominação
nazista na Polônia, e vai em busca de respostas e do túmulo de seus pais.
Vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro 2015.
Dia 8, quarta, às 20h.
Teatro. Grátis.
Nós Somos as Melhores | Direção: Lukas Moodysson. Suécia. 2013. 102 min.
Bobo e Klara, duas garotas suecas de 13 anos, querem montar uma banda punk, mesmo que todos digam que o punk morreu. Elas cortam seus cabelos em estilo moicano e recorrem à música para protestar e vencer o tédio. Mas, na verdade, as garotas não
sabem tocar nada. Para melhorar a qualidade da banda, chamam a tímida e certinha colega Hedvig, uma guitarrista brilhante. Uma história sobre as dificuldades e encantos de crescer e não se encaixar em lugar nenhum.
Dia 9, quinta, às 20h.
Teatro. Grátis.
Nick Cave | Direção: Iain Forsyth e Jane Pollard. Reino Unido. 2014. 95 min.
Um vislumbre da mente de Nick Cave, compositor lendário, estrela do rock e líder da banda The Bad Seeds. O filme acompanha Cave por um dia fictício, entre o real e o imaginário. Passa por sessões de análise, encontra-se com músicos, dirige seu carro
para passageiros especiais, fala do presente e do passado, enquanto busca
por inspiração. O filme traz o processo criativo de um dos músicos mais inventivos de
nosso tempo.
Dia 15, quarta, às 20h.
Teatro. Grátis.
Apenas o Vento | Direção: Benedek Fliegauf Hungria. 2012. 86 min.
Em uma aldeia húngara, as notícias sobre o assassinato
de famílias pobres de origem cigana espalham-se rapidamente. Ninguém se
manifesta sobre a possível identidade dos assassinos e os crimes parecem ter motivação racial. Mari mora com seu pai inválido e os dois filhos em um barraco, localizado em um bosque fora da cidade. Ela faz malabarismos com seus dois empregos e tenta manter sua rotina em meio à ansiedade da ameaça de violência. A adolescente Anna tenta concentrar-se em seu trabalho escolar, mas o jovem Rió está preocupado com outras coisas.
Dia 16, quinta, às 20h.
Teatro. Grátis.
Heli | Direção: Amat Escalante. México/ França/ Alemanha/Holanda. 2013. 103 min.
Estela tem 12 anos, vive em uma pequena cidade mexicana e está
perdidamente apaixonada por um jovem cadete da polícia. Ele quer fugir com ela e se casar. Para realizar o seu sonho, ele desvia alguns pacotes de droga. A família
de Estela terá que enfrentar a violência que devasta a região.
Dia 22, quarta, às 20h.
Teatro. Grátis.
Deixe a luz Acesa| Direção: Ira Sachs. EUA. 2012. 101 min.
A trajetória emocional e sexual percorrida por dois homens que vivem
experiências de amor, dependência e amizade.
O documentarista Erik e o enrustido advogado Paul se conhecem casualmente em Nova Iorque. O que a princípio poderia ser apenas um encontro sexual fortuito, torna-se um
relacionamento sério. Quer individualmente, quer como casal, Erik e Paul vivem
intensamente todo tipo de riscos – compulsivamente e incitados pelas drogas e
pelo sexo. Numa relação de quase uma década, marcada por altos e baixos
e por padrões disfuncionais, Erik procura negociar seus limites, enquanto busca sua
Dia 23, quinta, às 20h.
Teatro. Grátis.
Atividade Formativa
ENCONTRO COM O CINEMA INDEPENDE NTE
A partir da reflexão sobre o cinema Independente, o encontro busca trazer novos horizontes ao olhar do observador comum. Foca na produção atual sem deixar de relatar as origens. O orientador Eduardo Raccah traz trechos de filmes que produziu para análise coletiva e estímulo da imaginação do participante no sentido criativo, ao mesmo tempo em que dialoga sobre definições do cinema independente.
Dia 25, sábado, às 14h30.
Sala de Úso Múltiplo. Grátis.