O capitão do Penta Cafu enfrentou a “peneira” da Revista SALVE e falou sobre a copa, familia, happy hour e muito mais

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Antes de iniciar a carreira, você chegou a ser rejeitado em várias ‘peneiras’, mas isso não o levou a desistir. Qual foi o motivo dessa persistência?

R: A força de vontade, a superação, o desejo de ser um atleta profissional, que era meu objetivo, era meu sonho. Então, a cada ‘não’ que eu recebia, eu fazia força pra que uma hora  o ‘sim’ pudesse chegar. E corri atrás daquilo que eu queria, que era ser jogador de futebol. E depois de nove ‘nãos’, na décima vez chegou o ‘sim’ e eu me tornei a pessoa mais feliz do mundo.

– Quem foi seu melhor treinador?

R: O melhor treinador taticamente foi o Wanderlei Luxemburgo. Nós o pegamos no Palmeiras em uma fase fantástica, durante a qual ele conseguia ‘ler o jogo’ em 15 minutos. Então, se ele tivesse que fazer uma substituição com 15 minutos de jogo, ele faria. Com o Wanderlei nós aprendemos bastante coisa: dedicação, superação, aprendemos a dar valor à profissão. Cada treinador com quem eu trabalhei,  tive um aprendizado.

– Muito se fala em uma queda de qualidade no futebol nacional. Você acredita nisso?

R: É verdade. O índice técnico do futebol brasileiro caiu muito de 15 anos para cá. Isso é fato. É só você ver os campeonatos, você vai perceber que o rendimento dos atletas acabou caindo quase 50%.

– O que você acha que acontece: é falta de treino, de talento ou dos dois?

R: Falta de talento. Nós não temos mais talentos. O Brasil é carente de ídolos. Nós não temos mais uma referência, um ídolo em quem você possa se espelhar, um cara que você possa seguir no futebol brasileiro. Na nossa época, por exemplo, cada time tinha, no mínimo, cinco ídolos, cinco caras que poderiam resolver o jogo e que as crianças adoravam. Hoje em dia, você não consegue achar cinco ídolos no futebol brasileiro, por incrível que pareça. Então, com isso automaticamente, o índice acaba caindo bastante.

– Qual a sua expectativa para a Copa? Além do Brasil, quem você acha que vem pra incomodar neste Mundial?

R: Argentina. Acho que qualquer seleção sul-americana vai levar muita vantagem em relação a outras. Muito se fala da seleção da Alemanha, da Espanha, da Holanda, da Itália, da Inglaterra. Mas eu teria mais medo da Colômbia, do Chile, do Uruguai e da Argentina. Eu acho que essas são as seleções que podem causar dor de cabeça pra Seleção Brasileira.

– O que você achou da lista do Brasil? Se fosse o técnico, como faria?

R: É o resultado de um estudo e de resultados dentro de campo. É a seleção da confiança do Felipão e tem que ser a seleção de confiança do nosso povo, do nosso país. Eu não tenho ninguém que colocaria nem que tiraria dessa seleção. Ele procurou convocar o que tem de melhor hoje no mercado brasileiro e estrangeiro jogando pelo Brasil . É a seleção dos meninos que ganhou a Copa das Confederações, que estava desacreditada no mundo inteiro e que com aquela conquista passou a ser uma das favoritas. Então, é dar sequência a esse trabalho.

– O que você acha do Bom Senso Futebol Clube?

R: É o início de um processo meio demorado. Eles conseguirem mudanças, a gente espera que aconteça. Os meninos têm grandes ideias, ideias fantásticas. Agora é esperar passar a Copa do Mundo e depois dar um pouco mais de ênfase nessa campanha, para que a gente possa moralizar e melhorar o futebol brasileiro.

– Há muito oportunismo em cima de celebridades que têm uma imagem positiva, especialmente no meio político. Nós um dia veremos o Cafu entrando para a política?

R: Já tive várias propostas. Para o futuro, não sei. A gente não sabe o que pode ser do nosso futuro. Mas hoje, posso lhe dizer que não. Isso pode mudar, mas hoje eu acho que não.

– Nós acompanhamos a trajetória do Cafu no futebol; o acompanhamos nas iniciativas da sua fundação, nas aparições publicitárias. Mas, e nas horas livres, o que o Cafu gosta de fazer?

R: Primeiro, estar em casa com com a minha família e curtir bastante os meus netos, já que eu tenho pouco tempo nesse período aqui de Copa do Mundo. Depois, eu adoro andar de moto. Nos finais de semana, sempre que  posso e que  estou em casa,  com um grupo de amigos que se chama Resenha, mais de 30, pegamos as motos e vamos passear por esses interiores afora do nosso Brasil maravilhoso. E também gosto muito de ver filmes.

– Você é casado com a mesma mulher desde quando iniciou a carreira. Como conseguir manter um lar e uma família bem estruturados, mesmo vivendo em um ambiente de superexposição como é o do futebol?

R: Respeito. Desde o momento em que há respeito entre o casal, a família vai longe. E não é só no mundo do futebol que existe fama, dinheiro e glamour. Em todo lugar do mundo tem. Não é porque tem fama que precisa largar sua esposa, sua família e seus princípios. Isso não existe, é de cada um. Eu estou bem e acho que minha esposa  também está. Temos três filhos, os netos. Então acho que respeito é o que faz com que o relacionamento dure muito tempo.

– O que é um bom happy hour pra você?

R: Tomar um bom vinho e comer um belo Pata Negra com um pãozinho fresco, numa roda de amigos, escutando uma boa música ambiente.

– Pra finalizar, queria mandar um Salve para alguém em especial?

R: Para o povo brasileiro. Eu gostaria que ele apoiasse e torcesse bastante pela nossa Seleção. Nós sabemos que o Brasil está vivendo um momento muito particular, em que muitas pessoas estão incertas quanto ao que  querem e em relação ao nosso país. Torçam bastante na Copa do Mundo! O mundo inteiro vai estar olhando para o nosso país. Vamos fazer com que o mundo tenha uma boa impressão de nós, os brasileiros.

A entrevista completa você confere na Revista SALVE que tem distribuição gratuita nos principais bares de SP e RJ.

Fotos: Fausto Saez / Divulgação/ Ag. Fio Condutor

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