Vivemos em um incessante presente
Duas vezes em dois anos de “Malu Rodrigues Visita” usei óculos para entrevistar alguém. Não, eu não perdi a lente de contato, nem estava com alergia. Era medo mesmo, o famoso “cagão”.
Meus óculos são óculos de leitura. A primeira vez que usei foi no lançamento da RPTV, meu début no jornalismo social. O entrevistado era Arnaldo Jabor. Levei as perguntinhas por escrito e não olhei o papel nenhuma vez. A segunda vez foi com Billy Paul. Também não olhei o papel. Devo admitir que fiquei mais à vontade com o Billy do que com Jabor.
Aquele excesso de intelectualidade é assustador. Já Billy Paul é um gentleman.
E você ai deve estar se perguntando por que dei para resgatar o passado. Bom, primeiro é janeiro. E as festas são pouquíssimas, rsrsr, então estou em ócio criativo! Segundo, não tem , é isto mesmo. Uma fase mais lenta, é começo de ano.
Revendo a minha entrevista com Arnaldo Jabor fiquei com saudades do que era para ser e não foi: a RPTV.
Durante dois anos a RPTV, comandada pelo empresário Paulo Eugênio, fomentou a produção local como nunca se viu em Rio Preto.
Muita gente teve a oportunidade de fazer, aprender, viver TV. Inclusive eu, que já tinha um programa na TV comunitária. Foi com Paulo Eugênio que criei o “ Malu Rodrigues Visita, o seu programa semanal de jornalismo social”.
Foram meses ricos em aprendizado e oportunidades. Hoje a produção local está parada novamente. Fazer TV é uma brincadeira cara, muitos querem, poucos conseguem.
Temos uma TV Comunitária, que não fomenta conteúdo local algum. E cobra caríssimo da maioria, para exibir um programa. Digo da maioria, porque alguns não pagam . Só uma coisa tenho certeza, não são comunitários. Mas, levam a escrita “apoio cultural”.
E o canal 30, agora, é uma vitrine de anúncios. Bem formatado, bonito, mas anúncios.
Cada um tem o que merece, é isto Rio Preto que você merece. Eu vi empresário, que já foi até presidente de associação de empresários, sorrir de prazer quando a RPTV fechou.
A torcida contra, de forma pessoal, era grande demais. Aqueles que queriam uma TV local ou aqueles que gostavam de assistir os nossos programas não tinham a força da oposição.
Jabor afirmou na minha entrevista: “Os canais setoriais são fundamentais para pegar os detalhes da vida social que é muito complexa”. Pois é Jabur, diga isto aos homens de bem que comandam o empresariado desta cidade, eles precisam ouvir.
E para finalizar, vivemos em um incessante presente, então vamos que vamos que atrás vem gente!
Assistam o Malu Rodrigues Visita pelo Net-Cidade, Canal 15, um canal comercial da NET que vende espaço, e a gente paga caro, porém bem menos do que no Comunitário, creiam!