“Terra abaixo, Rio acima” estreia aberta ao público neste sábado

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Cia. Cênica estreia espetáculo “Terra abaixo, Rio acima”, inspirado na história de barrageiros de Rubineia

 Apresentação, gratuita, tem apoio do Sesc Rio Preto e será neste sábado,

dia 6, atrás do Clube do Lago, próximo à Represa

Crédito_Marcelo Melo 7

Tomando como ponto de partida a linguagem do realismo mágico e inspirando-se em histórias colhidas no noroeste paulista, a Cia. Cênica concebeu o espetáculo de rua “Terra abaixo, Rio acima”, dirigido por Fagner Rodrigues. A estreia oficial em Rio Preto será neste sábado, dia 6 de agosto, às 20h, na avenida Duque de Caxias, atrás do Clube do Lago, próximo à Represa.

A apresentação, gratuita, tem apoio do Sesc Rio Preto, e é um desdobramento do workshop “A Voz do Ator/Cantor”, ocorrida em junho de 2016, com a cantora e professora de técnica vocal Babaya Morais, pelo projeto Laboratório Cênico.

Em meio a suas pesquisas, a companhia deparou com a construção da Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira (SP), a terceira maior usina do país, localizada no Rio Paraná e cujas obras foram concluídas em 1978. O evento é cercado de muitas histórias e personagens, como a submersão da cidade de Rubinéia, a velha barrageira, o exército da força divina e a revolta do “arranca capim”, entre outras. Tais histórias e personagens foram estudadas, misturadas, reinventadas de tal modo que a realidade mais crua tirou seus pés do chão e o imaginário criou profundas raízes no cotidiano.

Uma das personagens foi inspirada em Aparecido Galdino Jacintho, retratado no documentário “O Profeta das Águas”, de Leopoldo Nunes. Aparecidão, como é conhecido, foi líder religioso na antiga cidade de Rubinéia (SP). Além de benzer e curar pessoas e animais, Aparecidão recebia mensagens espirituais que o impeliram a organizar e conduzir o pequeno exército da Força Divina, cujo intuito era impedir, por meio da fé, que a hidrelétrica fizesse desaparecer sua cidade. Em função disto, foi preso junto a outros camponeses, torturado no Dops e Doi-Codi, em São Paulo, e enclausurado por sete anos no manicômio judiciário de Franco da Rocha (SP).

O espetáculo foi concebido a convite do Festival Literário Paulista, realizado em Iguape (SP) e que em 2016 homenageou o escritor de literatura fantástica Murilo Rubião. A estreia aconteceu em 11 de junho, em Iguape. “Pretendemos incorporar o espetáculo ao repertório da Cia. Cênica e fazê-lo circular pelo país”, afirma Fagner Rodrigues.

Para este trabalho, a Cia. estabeleceu algumas novas parcerias: a jornalista Graziela Delalibera estreou como dramaturga; a arte dos adereços e elementos cenográficos ficaram por conta da artista plástica Laura de Paula Barbeiro; os figurinos foram criados pelo ator, diretor e figurinista Adbailson Cuba; Tiche Vianna, atriz, diretora e sócio-fundadora do Barracão Teatro, ministrou uma oficina de orientação em interpretação. Entre as parcerias mais antigas estão Juliana Calligaris, que orientou a equipe na relação com o espeço urbano, Babaya de Moraes, que ministrou uma oficina de orientação em voz e canto, e Claudia Borges, que conduziu a Cia. em suas pesquisas na região de Rubinéia.

A Cia. Cênica

Criada em 2007 em São José do Rio Preto/SP, a Cia. Cênica realiza espetáculos esteticamente apurados e populares em suas possibilidades comunicativas. A música, executada ao vivo e inserida como importante componente dramatúrgico, constitui um elemento sempre presente em suas pesquisas e montagens. Além de trabalhos concebidos para palco, a Cia. possui outros elaborados a partir de sua proposta de democratizar o acesso ao teatro, oferecendo também espetáculos de rua e espaços alternativos.

Além de ter sido contemplada pelos Editais ProAC 2014 de Circulação de Espetáculos de Artes Cênicas para Rua e Difusão e Circulação de Espetáculos de Teatro, da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, e de ter circulado com seus trabalhos por várias unidades do SESI, via editais, e SESC-SP, a Cia. Cênica traz em seu currículo a participação em importantes festivais internacionais de teatro, como o FIT Belo Horizonte e o FIT São José do Rio Preto, e diversos prêmios conquistados em festivais nacionais, como o FENATA – Festival de Teatro de Ponta Grossa (PR).

Em 2016, a Cia. Cênica foi convidada a participar do Circuito Sesc de Artes com o espetáculo “Virado à Paulista” e do Circuito Cultural Paulista, com “Sabiás do Sertão”. Além disso, teve dois projetos contemplados pelo EDITAL PROGRAMA CULTURA PARA TODOS / NELSON SEIXAS DE FOMENTO À PRODUÇÃO CULTURAL, um para formação cultural e outro para montagem.

Atualmente, a Cia. possui seis espetáculos em circulação: “Acordes”, “Auto da Anunciação”, “A Cor Silva”, “Por Quê?”, “Sabiás do Sertão – Teatro musical brasileiro em um ato, uma chegança e uma andança”,e seu mais recente trabalho, “Virado à Paulista”, um cortejo-folia.

Sinopse

O progresso chega a uma pequena comunidade e, com ele, as águas. Casas, terras, pessoas, memórias, tudo é represado, submerso. Em um dia daqueles, em que o rio vira mar, os moradores e suas histórias fantásticas decidem emergir em busca de algo que se perdeu.

Duração: 60 minutos

Gênero: Cortejo musical brasileiro

Indicação: Espetáculo Adulto; Livre para todos os públicos

Tema: O progresso e a cultura de um povo

Conteúdo: valorização da cultura popular, seus saberes, fazeres, histórias, memórias e direitos

Serviço

“Terra abaixo, Rio acima”, espetáculo de rua da Cia. Cênica, sábado, dia 6 de agosto, às 20h, na avenida Duque de Caxias, atrás do Clube do Lago, próximo à Represa Municipal. Gratuito.

 

Ficha Técnica

Dramaturgia: Graziela Delalibera e Fagner Rodrigues

Direção: Fagner Rodrigues

Pesquisas histórico-culturais: Cia. Cênica e Claudia Borges

Orientação em pesquisa de intervenção no espaço urbano: Juliana Calligaris

Composições inéditas: Márcia Morelli e Diego Guirado

Preparação vocal: Elaine Matsumori

Figurinos: Adbailson Cuba

Cenografia: Fagner Rodrigues

Arte de cenografia e adereços cênicos: Laura de Paula Barbeiro

Elenco e músicos: Cássia Heleno, Clara Tremura, Diego Guirado, Fabiano Amigucci, Glauco Garcia, Márcia Morelli e Simone Moerdaui

Oficina de orientação em interpretação: Tiche Vianna

Oficina de orientação em canto e voz: Babaya de Moraes

Apoio: Sesc Rio Preto

 

Site da Cia. Cênica:

www.ciacenica.com.br