515 pênis são amputados por ano no Brasil

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Neste 15 de julho, quando é celebrado o Dia do Homem, é importante ressaltar os cuidados com a saúde masculina

Foram registradas 7.213 amputações de pênis no Brasil nos últimos 14 anos. Isto corresponde a um aumento de 1.604% no número desses procedimentos. Os dados, levantados pelo Ministério da Saúde, foram divulgados em fevereiro pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). No período, foram realizados 7.213 procedimentos, uma média de 515 por ano.

A remoção do órgão tem como principal causa o câncer, que registrou 1.791 casos no Brasil em 2021, de acordo com o DataSUS, plataforma de informações do Sistema Único de Saúde (SUS). Os números da doença vêm em queda desde 2019, quando foram registrados 2.197; em 2020 foram 2.095. Porém, a SBU afirma que a pandemia impactou na procura por ajuda médica e o consequente diagnóstico. 

Traumatismos, acidentes, agressão física, automutilação e intercorrências em cirurgias de circuncisão são alguns outros motivos que podem causar amputação de pênis, apontados pelo urologista Leandro Ferro (CRM-GO 10461), que atende na clínica Oncore, localizada no Órion Complex, em Goiânia.

“É importante observar a presença de fimose (dificuldade ou incapacidade de retrair o prepúcio para expor a glande do pênis), verrugas genitais, feridas ou úlceras que demoram para cicatrizar e a presença de manchas avermelhadas”, destaca ele sobre sinais que podem indicar que o órgão está doente.

Já em relação ao câncer de pênis, o especialista destaca os sintomas mais comuns. “Mudanças na pele, com área que fica mais grossa, alteração da cor, nódulo, verrugas, ferida que sangra ou não cicatriza, erupção cutânea vermelha sob o prepúcio, pequenas feridas escamosas, crescimento de manchas marrom-azuladas planas, fluido malcheiroso ou sangramento sob o prepúcio. Inchaço ou edema na cabeça do pênis e nódulos na virilha, que acontece quando o tumor alcança os gânglios linfáticos”, detalha.

Higiene
Esse tipo de tumor está relacionado principalmente à má higiene na região, por isso, uma boa higienização é fundamental. “É recomendado a limpeza diária do pênis com água e sabão, ela pode ser feita durante o banho ou em qualquer outro momento onde se apresente alguma sujeira na genitália e, ainda, após relações sexuais e masturbação.

Durante a higienização deve-se, com cuidado, puxar o prepúcio para trás e limpar a parte inferior, bem como a glande (ponta do pênis) com uso de água e sabonete. Outro cuidado é manter o pênis sempre muito bem seco após a limpeza, o banho ou depois de urinar. Isto pode ser feito com uma toalha seca, papel toalha ou papel higiênico”, explica o médico.

Leandro Ferro diz ainda quais são os chamados grupos de risco para o desenvolvimento do câncer de pênis. “O risco aumenta com a idade. A média do diagnóstico é 68 anos e cerca de 80% dos casos da doença são diagnosticados em homens com mais de 55 anos; fimose, pois em homens não circuncidados o prepúcio pode, por vezes, tornar-se apertado e difícil de retrair dificultando ainda mais a higienização. Presença de esmegma, secreção espessa e mal cheirosa que pode se acumular sob o prepúcio intacto. Infecção pelo HPV ou pela Aids; tabagismo e praticar zoofilia”.

O especialista revela que as principais opções de tratamento para pacientes com câncer de pênis são cirurgia, radioterapia, terapia local e quimioterapia. Em algumas situações uma combinação desses tratamentos também pode ser utilizada. Além dos cuidados de higienização do órgão sexual, para evitar a doença é recomendado não fumar e buscar avaliação de um urologista para eventual tratamento de fimose e HPV.

Para este Dia do Homem, Leandro Ferro salienta a importância de uma avaliação médica rotineira e preventiva para o diagnóstico de doenças em sua fase inicial.

“Sabemos que o preconceito é um fator que impede alguns homens de cuidar da sua saúde. Muitos dos que comparecem para consulta eletiva ainda apresentam receio de realizar uma avaliação com urologista. Assim como o ginecologista é a referência para as mulheres, o urologista se propõe a ser o médico do homem nas várias fases da vida. Não deixe que o preconceito atrapalhe você a cuidar da sua saúde. Uma barreira histórica e cultural gera no homem o receio de expor uma eventual fragilidade, associada à escassez de tempo e por julgar-se o guardião da família. Está na hora de mudarmos essa história e propiciar ao homem o mesmo cuidado à saúde que de todos é direito”.