Campanha “Setembro Coração” conscientiza a população sobre o diagnóstico precoce das doenças cardíacas

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Amanhã  acontece o lançamento oficial da campanha “Setembro Coração 2017”. A ação  entra na sua 2ª edição, com muita força na conscientização da população sobre o diagnóstico precoce preciso das doenças cardiovasculares.

O  tema escolhido é “Coração de Mulher”.  No Brasil, a cada 3 minutos e meio uma mulher morre por doença cardiovascular.

Com o slogan “Dedique um Só Dia para a Vida Toda”, a campanha convida as mulheres para dedicarem 1 dos 365 dias do ano para uma avaliação cardíaca completa.

Setembro é o mês destinado em todo o mundo ao combate das doenças cardíacas e à conscientização da importância de exames regulares e diagnóstico precoce.

No dia 29 de setembro, comemora-se o Dia Mundial do Coração. Em São José do Rio Preto, a campanha entrou para o calendário da cidade, com uma lei municipal sancionada em 2016.

No geral, as doenças cardiovasculares, afecções do coração e da circulação representam a principal causa de mortes no Brasil – cerca de 30% de todas as mortes. As doenças cardiovasculares causam:

  • 2 vezes mais de mortes que de todos os tipos de câncer juntos;
  • 2,3 vezes mais que acidentes e violência;
  • 3 vezes mais que as doenças  respiratórias;
  • 6,5 vezes mais que todas as infecções, incluindo a Aids.

Os números são impressionantes: 349.938 mortes em 2016 no Brasil. E, se você estiver trabalhando, conversando, lendo, brincando com seus filhos ou simplesmente fazendo nada, saiba que a cada 40 segundos uma morte por doença cardíaca é registrada.

No dia 1º de setembro de 2017, o cardiômetro (indicador de mortes cardíacas no Brasil) registrava 232.844 mortes só neste ano. http://www.cardiometro.com.br

Foi pensando nestes números impactantes que a campanha Setembro Coração nasceu. A princípio, ela foi idealizada pela cardiologista Mariane Spotti e a radiologista Marina Bellini, da UMA, ambas com especialização em imagens avançadas do Coração, que comprovavam no dia a dia as estatísticas em seus pacientes.

Para apoiá-las, também vieram a jornalista Cláudia Lacerda e o publicitário Alessandro Bossan – o mentor estratégico do Setembro Coração.

Bastou sinalizar sobre a importância da campanha e vieram se reunir os principais institutos de saúde do coração de São José do Rio Preto, hospitais e planos de saúde.

Hoje são eles: Grupo Austa, IMC, Incor Rio Preto, Instituto Domingo Braile, PrevClini, Procardíaco, SOSCor, UMA, Unidade Cardio Vascular, além dos parceiros institucionais Braile Biomédica, Hospital de Base/Famerp e  Impperial Empreendimentos

 

CORAÇÃO DE MULHER

O mito de que infarto é uma doença masculina ainda persiste na população. Realmente. O homem tem muito mais chances de ter um infarto. Mas, quando a mulher sofre um infarto, ela tem 40% a mais de chances de morrer do que o homem.

Além disso, após o infarto, a mortalidade hospitalar é maior também nas mulheres – 13% mulheres X 9,3% homens, segundo o DATASUS.

Outro dado preocupante é que depois do primeiro infarto, as mulheres têm mais risco do que os homens de sofrerem um segundo infarto. Após este episódio, a mulher também tem mais chance de evoluir com insuficiência cardíaca comparada ao homem.

O certo é que as mulheres estão mais atentas aos problemas relacionados ao seu sexo e se esquecem de cuidar do coração. Hoje sabemos que o coração mata 2 vezes mais do que todos os tipos de cânceres e cerca de 10 vezes mais do que o câncer de mama (14.621 câncer de mama X 161.896 por doenças cardiovasculares).

Além disso, mulheres portadoras de diabetes tem 3 vezes mais risco de morrerem por infarto do que aquelas não diabéticas e, acredite, 50% a mais do que homens portadores de diabetes. Já, no momento especial em que a mulher está esperando um bebê, 10% de todas as complicações na gestação estão relacionados às doenças do coração.

E por que isso acontece?

As mulheres têm sintomas de infartos atípicos, como falta de ar, cansaço e fadiga excessiva, problemas digestivos, como desconforto na “boca  do estômago”, náuseas e vômitos.

Apenas uma em cada cinco mulheres apresenta sintomas clássicos de infarto presentes no homem, como aperto no peito e dor irradiada para mandíbula e braço esquerdo. Isso pode levar a erro ou atraso no diagnóstico de infarto na mulher.  Mais da metade das mulheres que sofre um infarto morre antes de receber atendimento médico.

A mulher também demora mais tempo para procurar os serviços de emergência, por motivos culturais – a maioria não sabe que está infartando, não reconhece os sintomas e não deixa os maridos e filhos sozinhos.

Outro fator que dificulta o diagnóstico e piora a doença cardiovascular é a presença de maior tolerância à dor das mulheres em comparação aos homens. Assim, o aparecimento de sintomas como angina e dor no peito, são menos intensas, dificultando a identificação da doença nelas.

As mulheres têm características cardiovasculares diferentes das dos homens, como artérias e veias menores e mais finas, maior incidência de vasculites, que são inflamações nas artérias, e mais calcificação arterial, tornando esses vasos mais duros, com o aumento da idade.

Outro fator que difere dos homens é a presença do hormônio Estrógeno nas mulheres. Ele promove uma proteção ao Endotélio, que é a camada de pele interna dos vasos, diminuindo o processo inflamatório local.

Mas após a menopausa, esse hormônio diminui suas taxas no corpo feminino, que perde esta proteção extra, tornando um episódio cardíaco pior nas mulheres.

Além das causas orgânicas, o estilo de vida que a mulher vem adotando e que antes era só dos homens – rotina mais estressante, sedentarismo, tabagismo e dieta pouco equilibrada – é um fator que vem aumentando esses índices ao longo dos anos.

Só para se ter uma ideia, o número de mortes por infarto tem diminuído em todos os subgrupos populacionais, menos em mulheres abaixo de 50 anos, segundo a American Heart Association (AHA).  A cada 10 casos de infartos em mulheres, 4 ocorrem antes dos 60 anos.

Prevenção

A boa notícia é que agir precocemente é uma das formas de retardar e até prevenir que o infarto venha a ocorrer.  O controle dos fatores de riscos cardiovasculares (fumo, pressão alta, colesterol alto, diabetes, aumento da cintura abdominal, estresse e ansiedade) e a adoção de um estilo de vida saudável podem reduzir o risco de infarto na mulher em mais de 85%.

Além disso, é preciso focar no diagnóstico precoce. Em primeiro lugar, garantir a visita ao cardiologista, que irá solicitar os exames necessários, entre eles: exames sanguíneos, escore de cálcio, ultrassom de carótida, teste de esforço, ressonância magnética e tomografia do coração.

        

           Tempo é vida

Sem não houver mais tempo para a prevenção e o infarto acontecer, hoje existem tratamentos intervencionistas, como a angioplastia, que ajudam na sobrevida dos pacientes.  As pessoas que mais se beneficiam do tratamento intervencionista são aqueles que deram entrada precocemente na emergência.

O ideal é que a chegada ao hospital seja de até 2 horas do início dos sintomas e que o tratamento com angioplastia seja realizado entre 60-90 minutos da chegada do paciente ao hospital.

A procura rápida de um serviço de emergência num quadro de dor no peito ou desconforto torácico é o que fará a diferença. Por isso, é muito importante um trabalho junto à população para reconhecimento desses sintomas e também para que o paciente chegue rapidamente aos hospitais para receber o tratamento intervencionista.

Neste ano, o tema Coração de Mulher será trabalhado em diversas frentes, em redes sociais, artigos e entrevistas. Cada um dos participantes ficará responsável sobre um assunto, entre eles:

  • A importância da vida saudável para a saúde do coração – Grupo Austa
  • Arritmias cardíacas no coração da mulher – IMC
  • Estresse, fator de risco cardiovascular em mulher – PrevClini
  • Doenças cardíacas na gestação – Incor Rio Preto
  • Dor no peito – o primeiro sintoma do infarto – Unidade Cardio Vascular
  • Diagnóstico por imagem do infarto – UMA
  • Síndrome do Coração Partido – Instituto Domingo Braile
  • Sintomas das doenças cardíacas nas mulheres – Procardíaco
  • Tempo é vida para salvar o coração – SOSCor

 

ATIVIDADES PROGRAMADAS

A campanha Setembro Coração tem várias atividades programadas com a população. Conheça a agenda:

  • Dia 05/09 – Lançamento oficial da campanha, com a apresentação da websérie Mitos e Verdades do Coração, no Bar do Alemão, no Shopping Center Iguatemi São José do Rio Preto.
  • De 4/09 a 15/09 – Palestras no Hospital de Base para colaboradores internos e pacientes (Hospital de Base/Famerp).
  • Dia 16/09 – Caravana do Coração – orientação dos médicos cardiologistas, enfermeiros, estudantes e socorristas à população em locais públicos de Rio Preto sobre a importância do diagnóstico precoce. Entre os locais estão: Praças Rui Barbosa e Dom José Marcondes (Grupo Austa – SOSCor – Unidade Cardio Vascular); Poupatempo (IMC), Mercadão (Instituto Domingo Braile e UMA) e Represa (calendário em confirmação).
  • Palestras em Rotarys, escolas e empresas com grande número de mulheres, conduzidas pelos institutos participantes (Procardíaco e Incor Rio Preto).
  • Dia 24/09 – Evento especial na Escola Maria Peregrina, em que as pessoas aprenderão a fazer a massagem cardíaca (PrevClini).
  • Dia 25/09 – Talk Show do Coração – personalidades médicas e mulheres que já vivenciaram um infarto, que irão contar suas histórias de superação. Será um bate papo bem informal, dirigido ao público, com a participação do Dia CMEE (Conselho da Mulher Empresária e Empreendedora). Local: Iguatemi Rio Preto, às 20h.
  • Dia 29/09 – Lançamento da cartilha “Cuidados com o Coração” – Incor/Rodobens

 

*Os eventos estão sujeitos à confirmação.